Aipo ou Salsão
Apium graveolens L. var. dulce (Mill.) DC
O aipo ou salsão originário da região do Mediterrâneo, pertence à família Apiaceae e é considerado uma erva aromática, condimentar e medicinal. Sua forma se assemelha à da salsa, porém seu porte é maior. Desta hortaliça utilizam-se talos, folhas e raízes, sendo consumida crua ou refogada. Seu sabor, levemente adocicado, combina com legumes e verduras, em saladas, sopas, carnes, molhos e sucos. Em sua composição encontram-se alicina, aliina, derivados do tiofeno, sulfurados voláteis, vitaminas A, B1, B2, B5, C, E, potássio, magnésio e ferro. É também rico em fibras, sendo pouco calórico (18 calorias em 100 g). Apresenta propriedades medicinais sendo alcalinizante, diurético, depurativo, expectorante. Seu suco é antiácido e ainda auxilia no controle da hipertensão. O aipo é bastante difundido nos países de clima temperado, porém, a produção e consumo ainda são limitados no Brasil. É cultivado em pequenas hortas comerciais e domésticas. Em 2013, na CEAGESP - São Paulo, foram comercializadas em média, 370 mil unidades por mês, sendo que esse volume variou pouco entre os meses do ano.
Cultivares: Premio, Tall Utah, Topseller, Tronchudo e Gigante de Praga (raiz), classificadas em: cultivares tradicionais - têm haste verde esbranquiçada, rosada ou avermelhada e são consideradas as de melhor sabor. Para adquirir sabor doce e aroma característico, é necessário submeter o produto ao processo de branqueamento; cultivares de branqueamento natural - são próprias para plantio com alta densidade de plantas, de forma que a própria folhagem promove o sombreamento e o branqueamento parcial das hastes das folhas. Em geral, apresentam haste verde-claro ou creme; cultivares americanas ou verdes - as hastes são consumidas sem o processo de branqueamento; cultivares de folhas - são apropriadas para uso como condimento e as hastes, que são finas, também são utilizadas; cultivar de raiz - forma cabeça entre a raiz e as folhas, sendo a raiz a parte de valor comercial, embora folhas e hastes também sejam comestíveis.
Clima e solo: o cultivo do aipo é indicado para regiões de clima ameno. As temperaturas ótimas estão entre 18 e 22 oC, mas tolera mínima de até 4 oC e máxima de até 29 oC. A espécie não é adaptada a regiões quentes ou com frio prolongado. Desenvolve-se preferencialmente em solos leves, com textura média, rico em matéria orgânica e com pH entre 6,0 e 6,8. É exigente em cálcio, magnésio, potássio e boro.
Época de plantio: no Estado de São Paulo, de fevereiro a julho, podendo ter o período ampliado na região serrana, mas sempre respeitando as exigências de temperatura.
Espaçamento: cultivares tradicionais - 0,90 x 0,30 m (para mesa) e 0,50 x 0,20 m ou 0,30 x 0,30 m (para indústria); cultivares de branqueamento natural e americanas - 0,50 x 0,20 m.
Sementes necessárias: 160 a 180 g ha-1 (mesa) e 400 a 500 g ha-1 (indústria).
Semeadura/Transplante: a semeadura pode ser realizada em recipientes (bandejas de 200 células) ou no solo, em sulcos distanciados de 10 cm e à profundidade de 0,3 a 0,6 cm, distribuindo-se as sementes em linha contínua. A germinação ocorre em 9 e 26 dias, para 20 e 10 oC de temperatura do solo, respectivamente. Acima de 25 oC, a germinação é reduzida sensivelmente. Em bandejas, as mudas atingem o ponto para o transplante entre 30 e 40 dias, ou quando apresentarem de 4 a 5 folhas definitivas. Quando a semeadura é feita no solo, o transplante ocorrerá entre 40 e 60 dias após a semeadura e/ou quando as mudas apresentarem de 6 a 8 cm de altura e/ou de 4 a 5 folhas definitivas. Deve-se suspender a irrigação das mudas, dois dias antes do transplante, para que fiquem mais resistentes às condições adversas que encontrarão no local definitivo. No momento do transplante, no entanto, irrigar bastante para facilitar a retirada das mudas. Para promover o estiolamento (branqueamento), transplantar em sulcos com profundidade de 25 a 30 cm, a fim de facilitar a operação de amontoa.
Calagem: aplicar calcário para elevar a saturação por bases do solo até 80% e o teor de magnésio a um mínimo de 9 mmolc dm-3 de solo.
Adubação orgânica: aplicar, 30 dias antes do transplante, 30 a 50 t ha-1 de esterco de curral bem curtido ou composto orgânico, que podem ser substituídos por 7,5 a 12,5 t ha-1 de esterco de galinha ou cama de frango curtidos, ou ainda 1 a 2 t ha-1 de torta de mamona pré-fermentada, sendo a dose maior para solos arenosos. Outros fertilizantes orgânicos compostos como o húmus de minhoca e o Bokashi podem ser utilizados, devendo ser observado o aspecto econômico.
Adubação mineral de plantio: aplicar, pelo menos 10 dias antes do transplante das mudas, 20 a 30 kg ha-1 de N, 120 a 360 kg ha-1 de P2O5, 60 a 180 kg ha-1 de K2O, 3 kg ha-1 de boro (B). Aplicar também, em solos deficientes em zinco (Zn) e cobre (Cu), 3 kg ha-1 de Zn e 2 kg ha-1 de Cu. A quantidade, maior ou menor, de adubo a ser utilizada dependerá das análises do solo e foliar, da cultivar empregada e da produtividade esperada.
Adubação mineral de cobertura: 80 a 120 kg ha-1 de N; 30 a 40 kg ha-1 de P2O5 e 40 a 80 kg ha-1 de K2O, parcelando em duas aplicações, aos 20 e 40 dias após o transplante. Se a cultura apresentar sintomas de deficiência de boro, pulverizar uma vez por mês, durante o crescimento, com solução de ácido bórico a 0,3 g L-1 ou bórax a 0,5 g L-1 (dissolver o produto em água quente). O sintoma típico de deficiência de boro no aipo é o aparecimento de rachaduras de coloração castanha nos pecíolos, tornando o produto sem valor comercial.
Adubação foliar: pulverizar cloreto de cálcio a 0,2% e sulfato de magnésio a 0,4%, a cada duas a três semanas após o transplante das mudas. No mercado, existem produtos com cálcio quelatizado e boro, além de outros nutrientes. Em solos deficientes em cobre recomenda-se aplicar de uma a duas pulverizações de sulfato de cobre a 0,2%. Não misturar agrotóxicos com fertilizantes foliares.
Irrigação: pode ser feita por gotejamento ou aspersão.
Estiolamento (branqueamento): tem por finalidade, deixar as hastes brancas, macias e com sabor adocicado, apropriadas para o consumo. As plantas devem ser amarradas 15 dias antes da colheita, quando estiverem bem desenvolvidas. Amarrar as hastes a 20-25 cm de altura da base, utilizando barbante ou fibra, de modo a evitar a entrada de terra junto aos pecíolos centrais. Amontoar terra até que os pecíolos fiquem cobertos, ficando somente as folhas de fora. À medida que a planta for crescendo, chegar mais terra, até o momento da colheita.
Tratos culturais: manter a cultura livre de plantas daninhas; fazer escarificações, quando necessário, para quebrar a crosta formada na superfície. A utilização de cobertura morta dificulta o surgimento do mato, mantém a umidade e evita a formação de crosta.
Principais pragas: lagarta-rosca, cigarrinhas, pulgões, minador da folha, tesourinha, cochonilhas e nematoides.
Principais doenças: podridão mole, mancha-de-alternaria, mancha-de-cercospora (Cercospora apii), ferrugem, esclerotínia, septoriose e mosaico.
Em relação a produtos registrados para o controle de pragas e doenças do aipo, recomenda-se buscar informações atualizadas em: http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons.
Colheita: a colheita é feita entre 100 e 150 dias após o transplante, dependendo da cultivar e das condições de clima e cultivo. Antes de colher, afastar a terra, desamarrar a planta e cortar a haste rente à raiz.
Produtividade normal: 30.000 pés por hectare (12 a 18 t ha-1) para mesa, e 90.000 pés por hectare (30 a 45 t ha-1) para indústria.
Rotação: utilizar hortaliças de outras famílias, milho e leguminosas de uso como adubo verde, dando-se preferência para espécies não hospedeiras de nematoides formadores de galhas.
Abacaxi Ananas comosus (L.) Merril O abacaxizeiro é uma planta herbácea perene pertencente à família Bromeliaceae, originária do Cone Sul do nosso continente. O fruto presta-se tanto para consumo ao natural como para processamento industrial em suas mais diversas formas (pedaços em calda, suco, pedaços cristalizados, geleias, licor, vinho, vinagre e aguardente). Como subprodutos da sua industrialização, podem-se obter álcool, ácidos cítricos, málico e ascórbico, rações para animais e bromelina (enzima proteolítica de uso medicinal). O talo da planta pode ser aproveitado para extração de bromelina, sendo também fonte de amido. As folhas podem ser utilizadas para a obtenção de fibras. De alto valor dietético, a polpa do abacaxi é energética (150 calorias por copo de suco), contém boa quantidade das vitaminas A, B1 e C. Contém ainda bromelina, que favorece a digestão. Cultivares: Smooth Cayenne (Cayenne, Havaí ou Bauru) é a cultivar mais produtiva e adequada para industrialização, a...
Comentários
Postar um comentário